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ONDE HISTÓRIA E CHOCOLATE SE ENCONTRAM – ARQ. ADRIANE KARKOW

Prédio de antiga metalúrgica de Caxias do Sul passou por reforma para abrigar uma chocolaterie

Destacar uma das guloseimas mais apreciadas pela humanidade em um dos prédios históricos mais importantes de Caxias do Sul para encantar os visitantes. Foi esse o tamanho do desafio da instalação de uma chocolaterie e um café no coração da antiga Metalúrgica Abramo Eberle.

O projeto envolveu a criação de um espaço integrado, acolhedor, funcional e harmônico para o encontro de pessoas em uma área de 500 metros quadrados. A decisão foi mesclar o estilo clássico, uma exigência até mesmo pela escolha do prédio, com o contemporâneo. Tudo sob um ar sofisticado, como pede a boutique de chocolate.

Em referência à amêndoa do cacau, foram criadas curvas nos móveis, nas divisões e nos enfeites. Misturou-se, por exemplo, os balcões orgânicos em forma de curva com arcos semi-circulares clássicos da arquitetura romana. A história da metalúrgica está referenciada no ambiente. Vidros de relógios internos usados em fábricas antigas foram resgatados e expostos no salão principal. Dois deles servem de tampo para a mesa de reuniões do setor de administração.

A prataria da Eberle foi recuperada e adorna o local, trazendo a tradição como um elemento que se traduz em puro charme. A madeira utilizada na obra, inclusive no piso, foi toda de reaproveitamento. Para as paredes, a escolha foi o uso de um tom único: a terracota, uma referência à natureza. O nome da cor tem origem italiana, assim como os imigrantes que povoaram a Serra Gaúcha. Essa tonalidade traduz sensação de acolhimento, segurança, força e energia, ao passo em que também demonstra elegância e naturalidade.

Para valorizar o alto pé direito original, a opção foi alongar os móveis, cuja a base de cores são a madeira natural, o verde e o bronze. Arcos e vitrais coloridos compõem o ambiente. As mesas do café têm formato de amendoeira, de onde sai a matéria-prima para o chocolate. Cortinas de linho texturizadas separam os ambientes, criando espaços mais íntimos para encontros. Os panos escolhidos têm tons degradês, com verde escuro, verde claro e bege, outra referência à amendoeira. Setorizado com o café e a loja da marca no térreo, a fábrica e a administração estão no segundo pavimento, para onde a cor escolhida foi o branco.

A ideia é justamente evidenciar a higiene necessária para a preparação do chocolate. Outro aspecto que ajuda a dar o tom cenográfico é a iluminação. Luminárias aparecem em formato de curvas, por exemplo. E a luz pontual ajuda mais uma vez a colocar em destaque o produto principal da chocolaterie, sem que se perca o aconchego encontrado no edifício histórico.

ARQ. ADRIANE KARKOW