ARQUITETURA BIOFÍLICA MISTURA CARACTERÍSTICAS URBANAS E DE SUSTENTABILIDADE
Estilo gera conexão com a natureza levando bem-estar e ergonomia às pessoas
Quando pensamos em grandes centros urbanos, é a cor cinza dos altos arranhacéus que normalmente vem à nossa mente. Lembramos da rotina corrida, do trânsito cansativo e da vida que não para. Por outro lado, ao buscarmos um pensamento ligado ao bem-estar e tranquilidade, é muito comum imaginarmos cenários naturais e, claro, o verde das plantas. Com a arquitetura biofílica, estilo que amplia seu espaço da mesma forma que as paredes verdes são tomadas pela hera, o que os profissionais buscam cada vez mais é criar um equilíbrio, conectando o verde do meio ambiente ao cimento cinza da alvenaria.
Localizado no coração de Caxias do Sul, o desenvolvimento do projeto e construção do Bosco Esposizione, uma parceria entre a construtora Construesse e o arquiteto Alberto Torres, foi pautado pelo design biofílico. De acordo com Torres, os elementos da arquitetura biofílica podem ser percebidos em inúmeros aspectos do projeto. “A arquitetura com esse toque voltado à natureza é perceptível nas sacadas de cada apartamento, também na extensão interna e espaço de transição, floreiras, plantas nativas e naturais”, comenta o arquiteto.
Para reconectar as pessoas à natureza, o estilo arquitetônico utiliza-se de uma abordagem harmônica, entre elementos vivos e estruturais. Como o projeto caxiense demonstra, a ideia é incorporar as características da natureza aos espaços construídos, como água, vegetação, luz natural e ainda materiais como pedras e madeira. Tudo isso gera conexão e, também, cria um espaço muito mais aconchegante.
A arquitetura biofílica também preza pelo paisagismo com a maior quantidade de elementos vivos possíveis. Afinal, o termo ‘biofilia’ em si é traduzido como ‘amor às coisas vivas‘ no grego antigo.
Bem-Estar E Qualidade De Vida Se Relacionam À Arquitetura Biofílica
A tendência é que a biofilia siga ganhando espaço na arquitetura, cumprindo seu objetivo de desenvolver espaços capazes de gerar mais qualidade de vida às pessoas. Conforme relatório divulgado pelo Human Spaces, 15% das pessoas que trabalham em espaços que possuem elementos naturais apresentam um nível de bem-estar maior em relação àquelas que não possuem nenhum contato com a natureza no local onde atuam.
Este modelo de arquitetura também preza pelo bem-estar às pessoas que o utilizam. Torres cita o bem-estar como o principal benefício do design biofílico, mas ressalta que há outros ganhos igualmente significativos: “Uma boa arquitetura influencia diretamente no bem-estar das pessoas, ergonomia, parte física e parte mental.
É comprovado em todos os tipos de segmento, a produção melhora, a criatividade também”. Seja a partir de pequenos passos, como a implementação de um jardim vertical no ambiente de trabalho, o fato é que a biofilia vem para ficar. Ao nos cercarmos pela natureza, nos conectamos com a vida e tudo que ela pode nos oferecer. Um movimento sustentável pelo planeta e, também, pelas pessoas que nele vivem.